terça-feira, 3 de abril de 2007

A VERDADEIRA BATALHA ESPIRITUAL

Ao pensarmos em batalha espiritual a partir dos conceitos vigentes em nosso meio, normalmente vem a nossa mente: “oração intercessória”, “jejum contra forças malignas”, “a luta contra demônios territoriais”, “oração de guerra”, etc.
É verdade que a batalha espiritual envolve oração, jejum, consagração e todas estas ações devem ser incentivadas, planejadas e organizadas com o objetivo de vencermos as lutas espirituais. Porém, há um lado da batalha espiritual que é esquecido, deixado de lado, para não dizer que eles inexistem em muitas agendas cristãs.
E a verdadeira batalha espiritual é a capacidade (movida pelo Espírito Santo) de não deixar que os conceitos errôneos, malignos e depravados que domina nossa sociedade, tome o controle de nossa mente e da prática diária e cúltica dos cristãos verdadeiros. Francis Schaeefer denomina-o de “espírito da época”, que seria um ou vários conceitos que tomam conta da maioria da população e especialmente onde ele não deveria estar, no meio dos cristãos. E você pode perguntar: mas como esses conceitos ocorrem? Onde eles estão? Como vieram parar aqui? E como se formaram?

Vamos por parte.
Primeiro de onde vieram esses conceitos errados? Eles praticamente nasceram na Europa no Século XVIII sendo denominado Iluminismo. O Iluminismo é a antítese do verdadeiro cristianismo. Mais que isso ele é um verdadeiro ataque a Deus e seu caráter. O Iluminismo nega a verdade cristã, o sobrenatural, é a crença na suficiência da razão humana, rejeição do conceito de que todo homem nasce em pecado (a queda), negação da divindade de Cristo e sua ressurreição, crença no homem perfeito e tudo isso foi gerado por causa da Destruição da Bíblia como Palavra de Deus inerrante.
Esses conceitos entraram na Teologia Alemã evangélica e católica e nas primeiras décadas do Século XX (1900-1930) infiltraram na nação americana de onde desaguaram para todo o mundo. Especialmente na Teologia, essa nova mentalidade foi denominada de alta crítica (vamos questionar a Bíblia, pois ela não tem repostas claras para a vida e para a morte), que é exatamente a suspeita da Palavra de Deus. O que antes era ponto pacífico entre cristãos: católicos, ortodoxos, reformados-evangelicos... ou seja, ser cristão era o mesmo que crer na Palavra infalível de Deus. Agora essa tese tornara-se alvo de contradição. Isto porque devido a alta crítica alguns denominando-se cristãos, começaram a questionar a veracidade da Bíblia, o nascimento virginal de Cristo, os milagres, o sobrenatual, a morte de Cruz como pagamento do pecados, a ressurreição e o retorno de Cristo. Assim, os pilares da fé foram questionados e retirados pelos conceitos distorcidos, o que fez a sociedade alemã ruir (como ruiu a sociedade alemã no fim de 1800 e início de 1900 abrindo um vácuo no qual Hitler entrou). Fez a sociedade americana ruir com a depravação moral, intelectual e institucional (veja guerras e mais guerras por interesses econômicos e não da justiça).

Esse lamaçal de contaminação não entrou somente nos países europeus e na América do Norte, chegou também ao Brasil. Desta forma a sociedade brasileira desfaleceu caindo seus destroços sobre a família (só no Brasil são quase 5 milhões de separados), a verdadeira educação (perdeu-se o ideal de estudar para tornar-se agente de transformação, boa parte das faculdades tornaram-se prostíbulos de “luxo”. A educação decresceu nos conceitos e valores e os donos de faculdades cresceram suas poupanças), na Política (sem comentários veja: "a dança da impunidade", a liderança mais alta de nosso pais envolvida em corrupção desenfreada, engraçado e que nosso presidente não sabe de nada...) e logicamente a igreja também sofreu, pois os conceitos entraram na teologia (no início deste ano reuniu-se no sul do país, Porto Alegre, o Conselho Mundial de Igreja para sua nona conferência. Nesta reunião havia liderança do candomblé, catolicismo, judaísmo, protestantismo, LBV, pentecostalismo e por ai vai, sem contar de uma nova comunidade de Niterói onde seu pastor Gelson Piber já havia marcado para casar-se com seu companheiro em Março [a reunião deu-se em fereveiro]. Nesse mesmo local, algumas “pastoras, bispas” disseram absurdos da Palavra de Deus como: que Marta e Maria, Lídia, Noemi e Rute entre outras tinham problemas com o lesbianismo. E que Paulo, Timóteo, Silas e Barnabé, Jesus e João, Davi e Jonatas tinham problemas com o homossexualismo).
Maior desgraça do que esta não poderia acontecer dentro do nosso mundo. E pior, a verdade da Palavra de Deus não tem tido a mola propulsora que impulsiona a prática diária dos cristãos, até mesmo no meio evangélico, por mais que a maioria de nossas igrejas não chegue ao absurdo como colocado acima. Contudo, o espírito da época entra em nosso meio com a negação da Palavra de Deus. Mas como? Quando questionamos a veracidade dos princípios bíblicos sobre: relacionamento marido e mulher, pais e filhos, patrões e empregados, dízimos, freqüência à igreja, discipulado, vivencia dos conceitos bíblicos independente do que pensam os outros, e por ai vai. Como diz o salmista: “Destruindo os fundamento o que poderá fazer o justo” Sl 11.3.
Aqui está a verdadeira batalha espiritual. Não termos força e entendimento bíblico suficiente para questionar mentiras insanas na sociedade e dentro até dos meios evangélicos. Não colocarmos nossa família para questionar conceitos malignos entrando diuturnamente em nossas casas através dos meios de comunicação de massa (TV, internet, revistas, rádio, etc). E se não temos a capacidade de questionar, muito menos teremos coragem de atacar tais mentiras. Assim, a batalha se dá e perdemo-las quando: Vivemos num mundo onde pais dão a seus filhos tudo que não precisam (roupa da grife, Vídeo games de ultima geração, brinquedos e mais brinquedos, computador e TV no quarto) e não dão o que precisam (disciplina, amor, tempo, relacionamentos, ensino, em outras palavras, Deus entendido e vivenciado). A malignidade do consumismo impera e conseqüentemente endividamos o que acarreta brigas, trabalho dobrado e menos tempo para a família. O conceito torto do feminismo que é antibíblico tanto quanto o machismo acabam dominando. E a mulher para provar que pode, que dá conta de trabalhar e cuidar de filhos, entre outras, de repente tem bens e tudo mais, porém perde a herança do Senhor que são os filhos. E poderíamos colocar conceitos e idéias sem fim....

Concluindo, apesar do desejo de escrever mais páginas e páginas, diria que:
Primeiro. Se Cristo é Senhor só da alma e não da mente Ele é um Senhor pobre, ou melhor, não é Senhor. Se Ele for salvador e não Senhor, você se enganou. Se Ele for Senhor com relação a ser dono de sua vida “domingueira” e não Senhor de cada área de sua vida, você de fato ainda não entendeu o cristianismo. O desejo de Nosso Senhor e suficiente Salvador Jesus Cristo é de ser aquele que reina e governa do mais simples detalhe até a mais penetrante e profunda forma de nossa existência aqui na terra, para reinarmos com Ele na eternidade.
Segundo. Na batalha espiritual descrita por Paulo em Efésios 6.10 e seguintes, das armas constantes: cinturão da verdade, couraça da justiça, os coturnos da pregação, o escudo da fé, o capacete da salvação, e a espada do Espírito que é a Palavra de Deus, somente a última constitui-se arma de ataque. Assim a Palavra de Deus entendida corretamente e vivida coerentemente constituirá no arma de ataque que vencerá todas as batalhas espirituais existentes. Especialmente o “espírito da era” que age sorrateiramente em cada compartimento da existência daqueles que não usam as armas de defesa e nem a de ataque.
Que Deus nos dê a graça de defendermos e atacarmos com sabedoria e no poder do Espírito Santo. Eis a verdadeira Batalha Espiritual. Glórias Sejam dadas Ao Nome de Jesus Hoje e Por Todas As Gerações e Para todo Sempre. AMÉM.