sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Entendendo e saboreando o gracioso Deus

Essa semana, enquanto cortava o cabelo, conversava com o cabeleireiro. Conversa vai, conversa vem, começamos a falar de Deus. Então passei a ouvi-lo. O mesmo dizia da época que ainda trabalhava para outros e, portanto, não tinha seu cômodo particular. Ele disse: À medida que o tempo passava os problemas com imobiliária e parceiros foram chegando. Então Ele começou a orar a Deus, com fé, entusiasmo e muita disposição. Passou a buscar a Deus incansavelmente nos morros, com jejuns, vigílias e tudo mais que já conhecemos. A oração era a seguinte: “Deus, não tenho recursos, não sei como conseguir, mas tomo posse da minha benção. Sei que me darás um lugar para eu trabalhar.” O tempo passou e a busca continuou desta forma.
Um dia ele resolveu parar de buscar desenfreadamente. Percebeu que estava inquieto e ansioso. Foi tocado para confiar em Deus mais do que em sua busca apavorada. Ainda orava, mas sem ansiedade. Ainda buscava a Deus, mas sem a preocupação, com suas bênçãos. Ainda desejava ter um local para trabalhar, mas algo havia mudado agora ele sabia que Deus por sua graça e misericórdia lhe daria. No seu tempo, do seu jeito, para Sua glória e proporcionando-lhe alegria.
O cabeleireiro entendeu o que é graça. A graça é a bondade, o transbordar do amor de Deus. O caráter paterno de Deus sendo revelado. A certeza que Sua vontade é boa, perfeita e agradável e que ultrapassa as melhores de nossas expectativas. Isso enchera seu coração de confiança em Deus. O cabeleireiro entendeu o princípio basilar do cristianismo – Deus se torna favorável aqueles que o amam.
Passados algum tempo, alguém, com quem ele falara sobre seu intento, o procurou. O corretor achara uma casa. A localização era boa e havia espaço para um salão. O mesmo conversou com o dono do imóvel e disse que tudo lhe agradara. O inconveniente é que o proprietário teria que esperá-lo vender sua casa em outro bairro e só então dar prosseguimento na compra do novo imóvel. Ambos acordarão e meses depois o cabeleireiro estava se deliciando em Deus, pois já trabalhava no seu próprio local. Humildemente reconheceu que o operar de Deus é maravilhoso. Não traz peso, nem fadiga e não deixa nenhum motivo de orgulho e soberba. Ele entendeu graça.
O cabeleireiro continuou sua lida. Disse que sempre fora ansioso, assim como seu pai. Preocupava-se demais com tudo. Até que um dia saindo de casa, ao pegar sua mobilete no qual trazia um frasco de leite, se enroscou ao pedalar a mesma visando ganhar velocidade e caiu. Machucou-se a ponto de deslocando a clavícula. Apesar de não ter quebrado nenhum osso, deveria enfaixar o peito e o ombro. A ansiedade aumentou. Quem trará o sustento nos mais de 20 dias que deveria ficar engessado? Com que recursos cuidaria da esposa e filhos? O que fazer?
Nesse tempo procurou seu pastor e Deus lhe falou que era hora do mesmo aprender a descansar em sua graça. Agora, ele não só conhecia a graça, mas deveria descansar nela. Saber que Deus cuida não só das preocupações maiores, como comprar de um salão, mas também cuida de por a mesa o pão. Nesse tempo, aproveitou para alimentar-se da Palavra. De repente, começou a chegar mantimento. Inclusive vindo de outros estados. Uma pessoa aqui, outra ali, ajuda de todos os lados.
E o cabeleireiro compreendeu não somente o conteúdo da graça, mas a experimentou de forma maravilhosa em sua vida. Ele entendeu e descansou em Deus. Uma coisa é entender o conteúdo da graça; outra coisa é descansar na graça. Uma coisa é conhecer o caráter de Deus nas Escrituras, outra é deleitar-se nEle. Uma coisa é experimentar as bênçãos de Deus, outra bem diferente é perceber-se sendo alvo do amor de Deus. Já afirmara Agostinho: “Fizeste-nos, Senhor, para ti, e o nosso coração anda inquieto enquanto não descansar em ti”. E Alan Jones arremata, “a parte mais difícil de uma fé madura é nos permitirmos ser o objeto do deleite de Deus”. Que tal entender e descansar no Deus de toda graça?

Pr. Heliel Carvalho – 05/08/09

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