quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Um grande motivo para louvar, um grande exemplo a imitar

Agora, são 11 horas da manhã do dia 12 de agosto de 2009. Estou tremendamente feliz, grato a Deus e porque não, me sentindo desafiado. Há exatamente duas horas atrás, comemoramos pontualmente os 150 anos da chegada ao Brasil de um jovem norte-americano, cheio de ideais e sonhos, com apenas 26 anos de idade. Ashbell Green Simonton estava tremendamente desejoso de ver o evangelho de Jesus alcançando os brasileiros. Ele era solteiro e tinha acabado de se formar bacharel em teologia no Seminário de Princeton.
O zelo de Simonton por Deus e por sua glória. O interesse de que a luz de Cristo brilhasse em sua vida e não a luz do mundo a qual sabemos que são trevas profundas. A confiança nas promessas de Deus. O estudo persistente da Palavra. O desejo de obedecer essa mesma Palavra e a vida de piedade e oração como fruto do conhecimento de Deus pode ser vista nos seus escritos, registrados em seu diário. "Vou me dedicar para aumentar o meu amor e interesse pelo meu salvador... Vou marchar em frente e me esforçar para servi-lo, brilhe ou não a luz em meu caminho, vou confessar diante dos homens meu desejo e resolução de abandonar o mundo e procurar participar no sangue do meu salvador. Vou confiar nas promessas e andar esperando o que o Espírito Santo de Deus promete. Vou estudar a Palavra no temor de Deus e cumprir todos os deveres expressos nela, estudá-la em oração sincera para que seja guiado ao bom entendimento dela".
Simonton tinha um coração apaixonado por Deus, cheio do Espírito Santo, centrado em Cristo e em Sua Palavra. A comprovação disso está na dedicação verdadeira, prática, palpável e histórica ao ponto de deixar sua pátria, seus pais, amigos e tudo mais para vir ao Brasil. Esse esforço e zelo por Deus só pode ter dado os frutos que deu, apesar do pouco tempo passado aqui. A exigüidade do tempo em nossa pátria, não foi por fuga, mas por chamado do Pai Amado, para viver na morada permanente, na eternidade.
Hoje, meu coração se alegra tremendamente em Deus. Exalto ao meu Senhor Jesus por chamar e capacitar o jovem Simonton para vir a minha pátria. Eu e milhares de brasileiros de todas as denominações e em muitas partes do mundo somos fruto do trabalho deste jovem. Queira Deus me usar e levantar centenas de jovens, com o mesmo amor por Deus, para que o mundo saiba que Jesus é o Senhor e glorifique ao nosso Pai que está nos céus.
Para que você possa ter mais um motivo de glorificar a Deus nesse dia, por termos o evangelho em nossa pátria, deixo um breve relato dos breve oito anos que Simonton viveu no Brasil. Perceba os fundamentos sólidos que o mesmo deixou para que a Igreja do Senhor, de todas as denominações, prosperasse nessa terra.
Há 150 anos desembarca no porto do Rio de Janeiro o valoroso missionário Ashbell Green Simonton (1833-1867). No que tange ao amor a Deus e sua obra, ele é um exemplo a seguir. Simonton chegou ao Brasil em 11 de agosto, mas só pode desembarcar no dia 12. Em abril de 1860, fundou a Escola Dominical. Em maio de 1961, começou a pregar em português. Em 12 de janeiro de 1862, fundou a primeira Igreja, no Rio de Janeiro. Em março de 1862 foi aos Estados Unidos visitar sua mãe que estava doente. Em março de 1963, ainda nos Estados Unidos, casou-se, em Baltimore, com Helen Murdoch, retornando ao Brasil em julho. Organizou o primeiro Jornal protestante da América do Sul em 1864. No dia 18 de junho nasceu sua filhinha, Helen Murdoch Simonton (falecida em 7/01/1952 com 88 anos), e nove dias depois sua esposa faleceu. Apesar da lutas, em 1865, o primeiro Presbitério é formado e o primeiro pastor brasileiro ordenado. A primeira escola paroquial em 1866. O primeiro seminário em 1867. Simonton continuou sua luta. Ele escreveu uma série de sermões e poesias em português, mas em 9 de dezembro de 1867 quando, com trinta e quatro anos, morreu de febre amarela, em São Paulo. Uma vida breve, de 34 anos, dos quais 8 anos dedicados ao Brasil, mudou nossa história.
Queira Deus que a Igreja evangélica brasileira e especialmente a Presbiteriana, no mesmo espírito de seu fundador, sejam firmes na Palavra, fieis ao Senhor da Seara, disposta a se sacrificar para ver o Senhor Jesus se alegrando com o “fruto de seu penoso trabalho” (Is 53.11). Num tempo de tantos “bodes-guias” (Zc 10.3), “cegos, guia de cegos” (Mt 15.4), “lembrai-vos de vossos guias, os quais vos pregaram a Palavra de Deus; e considerando atentamente o fim da sua vida, imitai a fé que tiveram” (Hb 13.7).
Heliel Carvalho, 12/08/09

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