quinta-feira, 19 de novembro de 2009

A caminhada cristã. Como você está se saindo?


A vida cristã é comparada a uma caminhada. Uma jornada onde quem é atraído por ela se torna Peregrino, conforme muito bem escreveu John Bunyan. Uma ótima figura para expressar o que ocorre com cada cristão que procura seguir os passos daquele que é “o Caminho, e a Verdade, e a Vida” a única via de acesso ao Pai (Jo 14.6). As expressões bíblicas que nos levam a conclusão acerca da carreira cristã como uma caminhada são: “andava [o Senhor, com Adão e Eva no Éden] na viração do dia”, mas devido ao pecado, Adão e Eva já não andavam com Deus, pelo contrário “esconderam-se da presença do Senhor” (Gn 3.8). Mais adiante temos o relato: “andou Enoque com Deus” (Gn 5.24). “Noé andava com Deus” (Gn 6.9). Davi andou nos estatutos e mandamentos do Senhor e Salomão foi desafiado a imitar seu pai (1Rs 3.14). Os profetas chamavam o povo para andar de acordo com os mandamentos de Deus (Ez 11.20). No Novo Testamento a tônica do andar com Deus continua. Jesus andou com os discípulos (Mt 4.23; 9.35), por isso, o apóstolo Pedro relata em Atos que “o Senhor Jesus andou entre nós” (At 1.21). A igreja foi chamada de pessoas “do Caminho” (At 9.2;19.9,23) e mais tarde Paulo insistiu nessa verdade: “Andai no espírito ... em amor ... como filhos da luz ... em [Cristo] nele” (Gl 5.16; Ef 5.2,8; Cl 2.6). Os salmos e as cartas do Novo Testamente refletem a verdade que somos peregrinos nesta terra (Sl 39.12; 119.19; Heb 11.13; 1Pd 2.11). As imagens que vêem a mente ao pensarmos na caminhada cristã são fantásticas. A primeira: Se estamos na caminhada, estamos todos na mesma direção e na mesma situação. Não há ninguém melhor que o outro, somos apenas pessoas do e no Caminho. Todos que iniciaram nesse novo percurso já estão na caminhada e ninguém que ainda vive aqui conseguiu vencê-la. A grande glória aqui é ter a sabedoria e a força de Deus para permanecer (Jo 15.4) no caminho “olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus” (Heb 12.2).
A segunda imagem é que não há espaço para ficar na arquibancada, pois o caminho está proposto e está em nossa frente. Ter o Caminho a seguir e ser colocado no caminho é fruto da graça de Deus, mas a caminhada somos nós que temos de seguir, ainda que a força e a motivação para segui-la venha da maravilhosa graça (Fp 2.13).
A terceira imagem proposta é de uma caminhada, não uma maratona. Na caminhada nós vamos mais devagar, contudo, mais firmes e por isso, vamos mais longe, especialmente se acompanhados. Na maratona temos bom início, temos um desenvolvimento melhor, pois estamos só, mas o termino é tão rápido quanto a largada. A proposta é seguir firmemente olhando o alvo. Curtir o que está ao redor, envolver-se com quem caminha junto e convidar para entrar no caminho aqueles que ainda estão. Incentivando e sendo incentivados pelos caminhantes e livrando os perdidos que caminham, mas em direção a salteadores, ao abismo e a morte.
A quarta imagem. Aqueles que estão no caminho não carregam nada além do que precisam para a caminhada. Além disso, Eles não têm local fixo, são peregrinos. Não levam peso consigo. Tudo o que não é essencial é deixado para trás. As coisas são apenas meios para ajudar a chegar ao destino, nunca um fim em si mesmo. Desta forma, eles caminham mais livres, mais leves e mais aptos para ajudar os outros. Os caminhantes são capazes de experimentar as delícias da caminhada sem se deterem por eles. São capazes de curtir a paisagem enquanto andam. Não desanimam quando há obstáculos, pois sabem que o Senhor do Caminho já preparou o terreno plano e as águas tranqüilas à frente. Eles não têm outro prazer senão o próprio Caminho.
A quinta imagem: tem gente que entra no caminho, mas ainda não compreendeu que boas regras foram dadas para ajudar na caminhada. Sim. O mapa está pronto e o Guia a postos. Aquele que se apresenta como O caminho também propõe princípios para se andar nesse caminho de forma mais alegre e vibrante ainda que seja o caminho que tenha pedras, espinhos, subidas íngremes, entardecer e noites escuras.
A sexta e última imagem trata das dificuldades do caminho. Há peregrinos que preferem não enfrentar essa parte mais difícil da caminhada e por isso ficam estagnados. Preste atenção! Se na caminhada aqueles que seguem andam 10 quilômetros por dia, no final de um mês já se foram 300 quilômetros a mais do que o que estacionou. No final de um ano já se foram 3650 quilômetros. E no final de 10, 15, 40 anos? Desta forma, o que parou ainda que consiga ver o caminhante a frente não imagina o quão a frente ele está. Quantos obstáculos já venceu! Quanto já aprendeu! O quanto seus músculos se fortaleceram nas partes íngremes! Quantas noites escuras já foram deixadas para traz. Quanta experiência foi acumulada por confiar e perseverar na caminhada tendo a lâmpada para os pés e a luz para o caminho (Sl 119.105) com norteadora dos caminhantes.
Diante de tais princípios, só resta seguir em frente. Que sigamos na caminhada. Mil vezes seguir à estacionar. Vive melhor quem caminha, exercita, persevera, se alegra com a caminhada, insiste e aproveita bem seu tempo. Ao contrário, quem pára fica enferrujado, indisposto, mofado, enrijecido e acaba deprimido e até morrendo. A conclusão destes seis princípios são: Primeiro princípio: Na caminhada aprendemos o princípio da humildade. Estamos caminhando mais ainda não chegamos lá. Os que estavam estacionados podem nos passar. Segundo princípio: Na caminhada não há espaço para expectador, somente para caminhante. Terceiro princípio: Na caminhada é preferível a disciplina de andar dentro dos limites e sempre do que na ânsia de chegar logo se arrebentar. Sair correndo é perigoso, pode-se ter um mal súbito e morrer. A questão é a direção e persistência, não a velocidade. Quarto princípio: na caminhada nós seguimos leves, ágeis ainda que sem desespero e convictos, levando somente o necessário. Quinto princípio: Felizes daqueles que mesmo sabendo da necessidade de confiança naquele que propôs a caminhada, boas regras são dadas para não se perder tempo e esforços com a direção a seguir enquanto caminha. Além destas, O Guia foi dado para levar ao caminho e ajudar em toda a caminhada. Por ter guia e mapa e o desejo de permanecer no caminho há espaço para alegria e prazer nessa caminhada. O caminhante deve entender que este é a melhor opção da existência. Há ocupação com os entroncamentos e devaneios que tentam desviar do caminho, mas não há preocupação quando se tem guia. Sexto princípio: O peregrino acaba por entender que dificuldades são normais diante de um caminho e um Paraíso tão excelente. O lema é: siga em frente. Não pare! Subidas íngremes e noites frias fortalecem os músculos da perna e do coração. São meios de preparar o físico e fortalecer a confiança no Senhor do Caminho e ainda revelam a preciosidade daquele que nos espera na linha da chegada. Um Rei maravilhosamente amável, esplendidamente santo, eternamente justo e inigualavelmente bom. Como você está se saindo nessa caminhada?

Heliel Carvalho 18/11/09

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